Quase metade da população quer abrir um negócio

Pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) estima que quase 44% dos brasileiros sonham em ter o próprio negócio. Os que preferem seguir carreira como empregados de uma empresa somam 25%. “O Brasil vive a plena expansão do mercado interno e a ascensão da classe média, que desponta com grande poder de consumo e também empreende em setores diversos. Nos últimos dez anos, as mudanças na legislação também favoreceram o ambiente empreendedor no país”, analisa o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
Três exemplos citados por ele como favorecedores dessa situação são a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, a criação do Supersimples – que reduz em média 40% da carga tributária dos pequenos negócios – e a instituição do Microempreendedor Individual, que permite a formalização de negócios que faturam até R$ 60 mil por ano. “O brasileiro está mais escolarizado e passou a abrir empresa por identificar uma demanda de negócio. É muito diferente do cenário há alguns anos, quando a pessoa abria empresa ao ficar desempregada e não encontrar outra alternativa”, completa.
Em 2002, o índice dos que abriam empresas motivados pela identificação de uma chance no mercado empresarial era de 42,4%. Também em 2002, 20,9% da população estavam envolvidos na criação ou administração de um negócio. Dez anos depois, o índice saltou para 30,2% da população adulta, entre 18 e 64 anos. O crescimento de 44% na taxa de empreendedorismo é compatível com o dinamismo da economia brasileira no período, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em média cerca de 4%. Para 88% dos brasileiros adultos, o início de novo negócio é uma boa opção de carreira.
Homens e mulheres dividem o comando dos novos negócios brasileiros – aqueles com até 3,5 anos de atividade. De acordo com a pesquisa, 49,6% dos que iniciam a carreira empresarial são do sexo feminino. O percentual de mulheres é maior entre os empreendedores que abrem um estabelecimento do que entre aqueles com empresas já estabelecidas. “A inserção mais intensa da mulher no mercado de trabalho e seu consequente empoderamento, principalmente na última década, favorecem o empreendedorismo feminino. À medida que as mulheres passam a ocupar em maior densidade cargos de liderança nas organizações, também adquirem mais segurança para empreender, principalmente no empreendedorismo por oportunidade”, analisa o diretor-presidente do IBPQ, Sandro Vieira.
Os negócios iniciais estão mais concentrados nas mãos de jovens entre 25 e 34 anos, que respondem pela criação de 33,8% das empresas. A faixa etária entre 35 e 44 anos reúne 27% das novas empresas. Já entre os empreendimentos estabelecidos – com mais de 3,5 anos de atividade – a idade predominante está entre 35 e 44 anos, com 30% dos negócios. A pesquisa aponta ainda que a escolaridade está melhorando entre as empresas iniciais. Enquanto nos negócios com mais de 3,5 anos de existência 30% dos empresários têm o Ensino Médio completo, nas empresas novas o índice corresponde a 37%.
Fonte: Sebrae SC